Morte aos papagaios

Obra: Morte as Papagaios

Autor: Gustavo Piqueira

Editora: Ateliê Editorial

Versão/Ano: 2004

No livro Morte aos Papagaios, Gustavo Piqueira fala sobre sua experiências na área do design gráfico por meio de metáforas, fazendo relação de acontecimentos rotineiros com a prática do design em sua agência Casa Rex.

O grande diferencial do livro é o emprego da primeira pessoa, usado pelo autor, que dá uma sensação de proximidade com o leitor. Uma conversa de bar seria uma boa relação a ser feito com o uso da primeira pessoa no livro, leve e descontraído sem ser muito pretensioso, mas ainda assim cheio de informação proveitosa e importante sobre o mercado de trabalho e como os designers, chamado por ele de papagaios, reagem as peças produzidas.

Pelo título do livro não remeter diretamente ao design é compreensível que muitas pessoas não entendam logo de cara sobre o que se trata o livro, mas papagaios são como Gustavo Piqueira define: “Quem repete sem entender, o que lê ou ouve”. Que se trata de uma critica aos designers.

Quanto a estruturação o livro é apresentado num bom tamanho e peso, que não cansa com facilidade e é fácil de transportar. Possui capa dura e uma jaqueta para proteção do livro. O livro é composto por um papel de coloração creme de em média 90g, o tipo de papel não foi descrito no livro.

 

O livro é todo impresso em preto e branco, mas ainda assim todas as imagens estão em ótimas qualidade. Morte aos papagaios é bem generoso em relação às margens, internas e externas, possui também um ótimo espaçamento, que ajuda na fluidez da leitura.

Logotipo Versus Logomarca

Obra: Logotipo Versus Logomarca

Autores: André Stolarski, Bruno Porto, Guilherme Sebastiany, Luis Marcelo Mendes e Newton Cesar.

Editora: 2AB

Versão/Ano: 2012

“Se uma classe profissional não define e utiliza de forma correta o seu vocabulário, quem irá fazer isso por ela?” -Bruno Porto, página 14.

O livro trata-se de uma disputa comum no universo do design e nas suas mais diferentes esferas, a discussão sobre os temos Logotipo e Logomarca. Porém, como é de se esperar, o livro não põe um ponto na discussão e talvez nem pudesse com suas curtas 63 páginas. A obra é apresentada através de 5 textos de diferentes autores que, apesar de apresentarem opiniões contrárias, de certa forma, se complementam. A natureza dos textos se mostra crítica com relação ao tema. Destes textos, o que mais se propõe em pontuar um posicionamento direto é A criação do logotipo de Newton Cesar. De maneira geral, os textos se preocupam em mostrar que existe mais do que a simples discussão entre os termos. A dúvida na hora de falar Logotipo ou Logomarca pode revelar problemas ainda maiores como designers que não sabem o que vendem e clientes que não sabem o que compram, como citado no texto Deixa Isso Pra Lá:

“A indefinição de um termo consensual talvez seja o reflexo da falta de uma prática estabelecida entre designers e clientes.” -Luis Macelo Mendes, página 37.

Vale salientar, ainda, que em muitos momentos os textos apontam para a mutabilidade intrínseca inerente não apenas na língua, mas também no próprio campo do design, sendo este talvez o principal motivo para a falta de concordância mútua com relação aos termos.


Com relação às características gráficas do livro, a impressão e o papel do miolo favorecem a leitura e o entendimento das ilustrações, com uma textura tátil e espessa, também ajudando no manuseio. A capa e a quarta capa também contém vernizes notáveis na tipografia e em algumas ilustrações que, juntamente com a composição de texto, buscam de forma humorística fazer uma analogia às lutas de boxe. O livro peca na escolha da espessura da capa que, por ter gramatura elevada, pode atrapalhar ao passar um grande número de páginas.

Quanto a tipografia utilizada: duas no título, uma sem serifa mais robusta e outra manuscrita; nas informações de apoio são utilizados outros dois tipos diferentes, ambas serifadas.

O projeto gráfico da capa como um todo é harmônico quanto as cores, seguindo um padrão em escala cinza, porém apresenta alguns equívocos em relação ao tamanho dos tipos, que poderiam ser menores. Além da hierarquia de algumas informações, como o subtítulo, que normalmente se localiza abaixo do título, nesse caso a ordem foi invertida. Por outro lado, a contracapa traz uma ilustração pomposa, com traços de pop arte na cor vermelha e em papel brilhoso, ao contrário do resto do livro que é completamente monocromático.

O manuseio do livro em geral é bom. É leve, pequeno e tem uma encadernação proporcional ao número de páginas, o que se torna uma vantagem quando se tem apenas uma mão disponível.

O fólio é ainda recheado com mais ilustrações, sempre a cada início de um novo texto e algumas ilustrando o texto corrido, trazendo um maior dinamismo para a leitura e reforçando o conceito da contraposição de ideias, através de figuras de boxeadores, luvas de praticantes deste esporte e também alguns exemplos de marcas e logotipos que são citados.

A fonte usada no corpo do texto é um tipo serifado, com alta legibilidade e tem um tamanho apropriado. A única ressalva é que poderia conversar melhor com o conceito geral do projeto gráfico no que diz respeito ao caráter mais tradicional que o desenho do tipo carrega. As entrelinhas, parágrafos e quebras de texto proporcionam uma leitura simples e sem grandes obstáculos, as margens e espaços entre textos e imagens funcionam bem e favorecem o entendimento de ambos, exceto na página 57 onde há um problema na relação entre texto e fundo ilustrado, dificultando um pouco a leitura.