O Design Gráfico Brasileiro Anos 60

Obra: O Design Gráfico Brasileiro Anos 60

Autor: Chico Homem de Melo

Editora: Cosac Naify

Versão/Ano: 2ª edição, 2008

Design Gráfico Brasileiro Anos 60 é um livro maravilhoso sendo único e exclusivamente sobre o direcionamento que o design gráfico brasileiro tomou na década de 60. O livro além de abordar o cenário histórico brasileiro da década, trata de vários segmentos do design gráfico como identidade visual corporativa, revistas, livros, discos, entre outros. Estes pontos estão muito bem segmentados no livro e o fato de ter muitas imagens, ilustra bem o conteúdo e proporciona um entendimento total quanto ao que se é abordado.

Infelizmente não são muitos os livros de design gráfico que abordam uma década ou período específico. Design Gráfico Brasileiro Anos 60 de Chico Homem de Melo é um livro diferenciado que, apresentando todo o cenário do design brasileiro, permite que o leitor tenha uma visão total do que foi o design gráfico naquele tempo específico. Não somente os aspectos que foram destaques da época são citados como também todo o contexto que o design gráfico compõe.

Num ponto de vista mais estrutural, o livro não cita tais especificações, mas acredita-se que o livro foi impresso em couchê brilhoso 180g/m² no miolo e a capa em offset 270g/m² com laminação fosca. O formato do livro é distinto pois não segue o padrão de impressão A4, o mesmo segue um formato mais quadrado. A capa é simples e direta, só possui o título do livro todo em caixa alta, e em preto, sob o fundo rosa e o nome do autor. A encadernação é de lombada quadrada e mesmo com a quantidade elevada de páginas, a mesma não atrapalha no manuseio do livro.

 

A impressão no papel couchê brilhoso proporciona um realce nas cores das imagens e do texto, o que destaca todo tipo de conteúdo. A obra possui muitas imagens intercaladas com texto, ás vezes ocupam o espaço de uma página inteira, o que torna a leitura dinâmica e fluida. Além disso a diagramação das páginas proporciona um respiro no conteúdo e não deixa a mesma pesada, por ter margens bem largas e um texto justificado. A tipografia utilizada no texto corrido possui serifa, proporcionando uma leitura confortável, e a tipografia utilizada para os títulos dos pontos e capítulos segue a mesma estética da capa, caixa alta sem serifa.

O livro é muito bem estruturado e o fato de possuir tanto texto quanto imagem numa quantidade proporcional, deixa sua leitura bastante fluida e rápida. Uma obra com um conteúdo maravilhoso e importantíssima para o entendimento a respeito do design gráfico brasileiro.

Abridores de Letras de Pernambuco – Um Mapeamento da Gráfica Popular

Obra: Abridores de Letras de Pernambuco – Um Mapeamento da Gráfica Popular

Autores: Fátima Finizola, Solange Coutinho e Damião Santana

Editora: Blucher

Versão/Ano: 2013

O livro Abridores de Letras de Pernambuco -Um Mapeamento da Gráfica Popular, traz uma profunda pesquisa abordando os pintores letristas do estado, podendo-se, logo no capítulo inicial, ter um conhecimento de como a pesquisa foi realizada e o seu objetivo, e também um conhecimento histórico de como surgiu esse ofício no estado. Durante todo o livro, vemos um ótimo trabalho com as fotografias, registradas por Damião Santana, de letreiramentos populares das seis cidades visitadas para a pesquisa: Recife, Gravatá, Bezerros, Caruaru, Salgueiro e Petrolina. Cada uma dessas cidades tem sua abordagem individual, contando a história de seus pintores letristas, suas particularidades, baseamentos, instrumentos, expectativas, etc. É interessante ver as diferentes visões que os pintores tem sobre o futuro de suas profissões, enquanto uns acreditam que o ofício irá se manter por um bom tempo, outros arranjaram um ofício alternativo como a pintura de quadros. No terceiro capítulo é possível observar a partir de um olhar tipográfico os letreiramentos populares, reconhecendo padrões e diferenças, catalogando assim cada tipo de letra encontrada pelos pesquisadores, desde góticas manuscritas à serifadas bicolores, algo novo criado pela autora Fátima Finizola, que ajuda bastante a resgatar esse tipo de trabalho e perpetuá-lo. O quarto capítulo traz praticamente todos os aspectos técnicos levados em conta pelos pintores, desde ferramentas, suportes, elaboração de layout, etc, tudo é levado em questão. A conclusão fica para o quinto capítulo, em que os autores fazem as considerações finais sobre a pesquisa e o futuro do ofício de pintor letrista em Pernambuco, levando em conta os relatos dos profissionais. Ao final, mapeando os letreiramentos de todas as cidades visitadas, fazendo uma análise da produção dos profissionais, o livro consegue registrar, resgatar e perpetuar bem esse ofício, reconhecendo o trabalho dos pintores e evidenciando a importância dessa cultura tão inerente a Pernambuco e o Brasil.

O livro foi impresso em papel couchê fosco 150g/m² e possui 144 páginas muito bem refiladas, aplicadas numa encadernação de capa solta e contendo a capa dura com laminação fosca, o que proporciona uma maior resistência e proteção à obra. O tipo de papel que foi utilizado possibilita o realce das cores contidas nas várias fotografias, porém devido ao conjunto da sua gramatura com a quantidade de folhas, o mesmo deixa o livro um tanto pesado.


A capa da obra promove muito bem o conteúdo que ele se dispõe, utilizando a tipografia Cartaz Popular, numa estética bastante corriqueira no cenário urbano, de maneira centralizada e contrastante à cor de fundo.

O interior é marcado por segmentos diferenciados por cores e blocos de texto organizados em colunas bem espacejadas entre si e com margens extensas. A fonte utilizada na formatação do conteúdo foi a Din, uma fonte sem serifa que foi aplicada num tamanho harmonioso e, juntamente com as margens, proporciona uma fácil leitura. Algumas partes do texto são destacados em negrito e em caixa alta, além de serem posicionados de forma centralizada nas colunas para enfatizar o conteúdo presente. Um ponto em destaque é o número de imagens bem diagramadas e coloridas, sendo algumas totalmente sangradas nas páginas, imergindo o leitor no ambiente comum que, para alguns, passa despercebido.

De forma geral o livro Abridores de Letras de Pernambuco é uma obra importante, pois a mesma traz um levantamento da produção que está sendo feita no estado de Pernambuco de uma profissão que aos poucos está sendo trocada pelo advento da tecnologia.

– A profissão do pintor letrista nunca vai acabar.
Pintor Carioca, um dos letristas entrevistados.